Teoria crítica, hermenêutica e formação de professores: contribuições de Mario Osorio Marques

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Marta Cristina Barbosa

Ludmilla Paniago Nogueira

Neide Figueiredo de Souza

O referido texto em forma de artigo cujo título é: Teoria crítica, hermenêutica e formação de professores: contribuições de Mario Osorio Marques dos autores: Martin Kuhn e Helena Copetti Callai, procura sustentar que o diálogo proposto por Mario Osorio Marques, teoria crítica e a hermenêutica, se constitui em possibilidade razoável de compreender a educação e a formação dos educadores em tempos que a racionalidade instrumental se intensifica. Isto porque, segundo Kuhn e Callai (2020), diferentes racionalidades têm perpassado a formação de professores, e que no atual contexto, a tradição acadêmica e a epistemologia da prática são acusadas de acalentarem a distinção entre teoria e prática assume um caráter instrumentalizador da formação de professores.

No entanto, Marques sugere três exigências à formação dos educadores: a exigência hermenêutica, a exigência crítico-dialética e a exigência epistêmico-instrumental.

Pode-se observar que a escrita deste texto se estrutura em três movimentos. Primeiramente, uma discussão sobre crítica e hermenêutica. o segundo movimento propõe um diálogo entre crítica, hermenêutica e educação. E um terceiro movimento que aborda as reflexões e proposições de Marques sobre as disposições ou exigências que considera pertinentes à docência e à formação de professores. Trata-se de uma reflexão teórica e bibliográfica.

Kuhn e Callai (2020), apresenta a reflexão de Mario Osorio Marques, a partir do diálogo da teoria crítica (agir comunicativo habermasiano) e da hermenêutica gadameriana, como alternativa para pensar a formação de professores e à docência.

A partir desta reflexão indagam: quais as contribuições à formação de professores e à docência propostas por Marques a partir do diálogo teoria da ação comunicativa de Habermas e a hermenêutica de Gadamer?

Deste questionamento Kuhn e Callai (2020) afirmam que o diálogo entre estes horizontes reflexivos constitui possibilidade razoável de compreender a educação e a formação dos educadores e à docência. Mais do que isso, inscritas na tradição e nas contradições de seu tempo, essas racionalidades permitem reconhecer os muitos sentidos e contrastes assumidos pela educação e pela formação e professores ao longo do tempo e manifestos na realidade, e pontuam que  elas nos permitem ler, interpretar e compreender a tradição (marcas identitárias) e as contradições e pensar sua transformação em um tempo que a racionalidade instrumental se agudiza.

Kuhn e Callai (2020), relatam que as pesquisas e produções sobre a formação inicial e continuada de professores têm apresentado avanços significativos em termos reflexivos nas últimas décadas.

Segundo eles, a proposição da presente reflexão contida neste estudo a partir dos autores citados no decorrer deste estudo, foi justamente de contribuir, a partir do diálogo entre crítica e hermenêutica sobre esse processo.

Abordam que as perspectivas instrumentalizadozadoras acadêmica e epistemologia da prática, propõe-se o diálogo crítica e hermenêutica, mesmo reconhecendo as contribuições de Shulman e as de Tardif à compreensão da formação de professores, é fundamental questionar seus limites.

É importante destacar que Kuhn e Callai (2020), compreende que a profissionalização do professor e das práticas educativas extrapola o que estas abordagens discutidas no texto apresentam.

 Reforçam que o diálogo reflexivo sobre a profissão docente proposto por Marques, considerando as três dimensões da formação do educador, é relevante para pensar a educação e a formação de professores para além da perspectiva acadêmica e da epistemologia da prática, e explica que esse movimento dialógico torna possível romper com a racionalidade instrumental, centrais tanto do academicismo quanto da epistemologia da prática.

Em suas considerações, esclarecem o posicionamento crítico e reflexivo proposto por Marques a partir das contribuições da racionalidade crítico-dialética e da hermenêutica assume centralidade ao pensar a educação e à docência com vistas à emancipação humana.

Nesse sentido, a possibilidade de transformação da formação de educadores, quanto de sua docência, implica uma ruptura epistêmica e, não menos pertinente, uma ruptura pedagógica e metodológica no âmbito da formação (Kuhn e Callai, 2020).

A formação de professores e à docência requerem mais do que apenas conhecimentos e saberes instrumentais. Assim, Kuhn e Callai (2020), coadunam-se com Marques a riqueza das proposições confluentes entre teoria crítica – agir comunicativo de Habermas e hermenêutica, como possibilidade à racionalidade instrumental.

 Um dos destaques de grande relevância neste estudo esta relacionada a formação do pedagogo/educador quando  referida às três exigências – hermenêutica, crítico-dialética e a epistêmico-instrumental  que são permeada por exigências éticas e estéticas, onde alargam o entendimento da educação e das práticas educativas voltadas à compreensão e à responsabilidade pelos outros e pelo mundo comum.

Isto posto, segundo Kuhn e Callai (2020), significa reconhecer que a pesquisa em educação, os conhecimentos de professor, as opções teórico-metodológicas da escola, seu projeto pedagógico, seu currículo, todas as ações dos professores assumem posições valorativas, em síntese, éticas e estéticas.

Nesse sentido, os conhecimentos teóricos, técnico-científicos e estratégicos específicos da profissão vinculam-se a uma exigência ética e estética. O ser, o fazer e o dizer da profissão devem estar a serviço dos homens e da vida. Significa assumir a educação em sua complexidade como um fenômeno vivo e histórico. Significa, em última instância, interrogar a racionalidade instrumental predominante em nosso mundo (Kuhn e Callai, 2020).

Referência ao texto:

KUHN, M.; CALLAI, H. C. Teoria crítica, hermenêutica e formação
de professores: contribuições de Mario Osorio Marques
. Revista Pedagógica, Chapecó, v. 22, p. 1-19, 2020.

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