Brincadeira sem dúvida é coisa séria

Brincadeira sem dúvida é coisa séria
Brincadeira sem dúvida é coisa séria

Por Maria Zilda da Silva Barbosa, Luciana Rossi Nascimento, Neide Rossi, Simone Batista Campos, Maryanah Silva Barbosa, e Aline Muniz.



Certamente, o brincar é essencial para o desenvolvimento das crianças dentro da escola, pois auxilia nos aspectos físico, mental e social. Além de ser uma característica natural da infância, o brincar deve ser incentivado por nós, educadores, para que as crianças se apropriem plenamente desse ato.

Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, afirma que “os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura”. No final do século XIX, pensadores como Henri Wallon (1879-1962), Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como as crianças se relacionavam com o mundo e produziam cultura, rompendo com a concepção dominante da época que desconsiderava essa capacidade.

Henri Wallon defendeu o brincar e o brinquedo como elementos estruturantes do “eu” da criança. Ele acreditava que esses aspectos favorecem a construção da personalidade. Quando há um espaço organizado e materiais disponíveis para as brincadeiras, isso promove a fluidez de emoções e pensamentos, oferecendo à criança mais ferramentas para se desenvolver plenamente. Jean Piaget abordou a criança como uma exploradora ativa que constrói seu conhecimento por meio da interação com o ambiente. Para ele, o brincar permite à criança compreender a utilidade e o funcionamento das estruturas do mundo ao seu redor.Lev Vygotsky apontou o brincar na primeira infância como essencial para o desenvolvimento psicológico e sociocultural. Ele enfatizou que, ao criar situações imaginárias, a criança aprende regras, desenvolve habilidades cognitivas e sociais e amplia sua compreensão do mundo.

O Lúdico e o Didático, com base nessas teorias, compreendemos que o lúdico está intimamente ligado ao processo educativo. Por meio do brincar, podemos orientar as crianças a descobrir, inventar, experimentar e aprimorar suas habilidades. O brincar incentiva a iniciativa, a autoconfiança, o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.



Assim, as crianças interagem, expressam-se e comunicam seu mundo interno, utilizando o brincar como linguagem. A brincadeira é, portanto, essencial para o desenvolvimento integral da criança, tanto quanto o trabalho é para os adultos.

Brincar e Construir Sentidos

A criança que não brinca tem dificuldades em desenvolver-se, entusiasmar-se, ser sensível e afetiva, pois não aprende a “ser”. Como educadores, pais e sociedade, devemos entender o brincar como uma forma de expressão infantil, uma linguagem por meio da qual bebês e crianças manifestam suas vontades, sentimentos e inquietações.

Por exemplo, ao brincar com uma boneca, a criança reproduz experiências do cotidiano, incorporando comportamentos observados em adultos. Caso a brincadeira seja agressiva, com batidas ou empurrões, é provável que a criança esteja tentando comunicar algo que vivenciou. Isso reforça a necessidade de mediar ações de brincar e oferecer modelos positivos para as crianças.

Nosso Papel como Educadores, é incentivar o brincar, seja de forma dirigida ou livre, participando das atividades e interagindo com as crianças. Mostramos, assim, que brincar é uma linguagem universal e uma maneira poderosa de compreender e dar sentido ao mundo.

O brincar desperta emoções, ensina a lidar com frustrações, promove parcerias e ajuda a compreender a importância de compartilhar, ganhar e perder. É por meio do brincar que as crianças constroem seus mundos, divertem-se e desenvolvem-se de forma saudável.



Brincar é, sem dúvida, coisa séria.

Referências Bibliográficas:

https://avisala.org.br

https://portal.fiocruz.br/en/node/54121

http://www.revispsi.uerj.br/v7n1/artigos/html/v7n1a09.htm

Maria Zilda da Silva Barbosa

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